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domingo, 13 de maio de 2012

Ortografia ( s/z- x/s)

1)Complete com X ou S e copie as palavras com atenção:
e....trangeiro: ...........................
e....tensão: .................................
e....tranho: ................................
e....tender: .................................
e....tenso: .................................
e....pontâneo: ...........................
mi...to: .....................................
te....te: ........................................
e....gotar: .................................
e....terior: .................................
e....ceção: ................................
e...plêndido: ............................
te....to: ....................................
e....pulsar: ...............................
e....clusivo: ...............................


2) Complete as palavras com S ou Z. A seguir, copie as palavras na forma correta:
pou....ando: .............................
pre....ença: ..................................
arte.....anato: ...........................
escravi.....ar: ................................
nature.....a: ..............................
va.....o: .......................................
pre.....idente: ............................
fa.....er: .....................................
Bra.....il: .................................
civili....ação: ................................
pre....ente: ..............................
atra....ados: ................................
produ......irem: ........................
a....a: .........................................
hori...onte: ...............................
torrão....inho: ............................
fra....e: ....................................
intru ....o: .................................
de....ejamos: ............................
po....itiva: .................................
podero....o: ..............................
de...envolvido: .........................
surpre ....a: .............................
va.....io: ...................................
ca....o: .....................................
coloni...ação: ..........................

Questões sobre crônica


Questões:

Instruções para as questões 01 a 04

Classifique os textos a seguir em:

a) crônica narrativa
b) crônica reflexiva
c) crônica descritiva
d) crônica metalinguística
e) dissertação

01.
"Outros fatores contribuem diretamente para dificultar a adaptação do calouro à universidade. A desinformação é um desses fatores: a grande maioria dos jovens desconhece não só as atividades básicas da profissão que escolheu - ou que escolheram por ele - como também o currículo mínimo necessário à sua formação." (Revista Veja)


02.
O grande sofisma

Não sou responsável pelas minhas insuficiências. Se minha corrente vital é acaso interrompida e foge de seu leito; se meu ser muitas vezes se desprende de seus suportes e se perde no vazio; se é frágil a minha composição orgânica e tênues os meus impulsos - culpo disso os meus pais, a sociedade, o regime, os colégios; culpo as mulheres difíceis, os governos, as privações anteriores; culpo os antepassados em geral, o mau clima da minha cidade, a sífilis que veio nas naus descobridoras, a água salobra, as portas que se me fecharam e os muitos "sins" que esperei e me foram negados; culpo os jesuítas e o vento sudoeste; culpo a Pedro Álvares Cabral e a Getúlio; culpo o excesso de proibições, a escassez de iodo, as viagens que não fiz, os encontros que não tive, os amigos que me faltaram e as mulheres que não me quiseram; culpo a D. João VI e ao Papa; culpo a má-vontade e a incompreensão geral. A todos e a tudo eu culpo.
Só não culpo a mim mesmo que sou inocente. E ao Acaso, que é irresponsável... (Aníbal Machado)


03.
"A consciência ecológica brasileira, emergente nos últimos vinte anos, tem-se tornado cada vez mais vigilante. Os ecologistas reservam uma atenção especial para as fábricas de papel e celulose, pelo mal que podem provocar às águas, ao ar, ao meio ambiente em geral." (Revista Veja)



04.
O beijo

O beijo é uma coisa que todo mundo dá em todo mundo. Tem uns que gostam muito, outros que ficam aborrecidos e limpam o rosto dizendo já vem você de novo e tem ainda umas pessoas que quanto mais beijam, mais beijam, como a minha irmãzinha que quando começa com o namorado dá até aflição. O beijo pode ser no escuro e no claro. O beijo no claro é o que o papai dá na mamãe quando chega, o que eu dou na vovó quando vou lá e mamãe obriga, e que o papai deu de raspão na empregada noutro dia, mas esse foi tão rápido que eu acho que foi sem querer... (Millôr Fernandes)


05. Assinale a(s) alternativa(s) incorreta(s):

a) A crônica é uma forma que ganhou invulgar vitalidade literária nas últimas décadas, tendo experimentado momentos altos em Rubem Braga, Manuel Bandeira, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade.

b) Rubem Braga é um escritor brasileiro contemporâneo que se destacou na produção de romances
regionalistas comprometidos com os problemas do universo rural.

c) A crônica é um gênero egresso das páginas fugazes de jornais e revistas que, em certos casos de
elaboração estética das informações do cotidiano, merece permanência entre o que há de melhor no
patrimônio literário do Brasil.

d) Gênero muito desenvolvido no Brasil, a crônica pode focalizar: memórias, lembranças da infância, flagrantes do cotidiano, comentários metafísicos, considerações literárias, poemas em prosa e pequenos contos.

e) A crônica brasileira privilegia a linguagem escrita e falada no contexto urbano, dando ênfase ao registro coloquial e informal da variedade padrão da língua portuguesa.


O texto abaixo servirá de referência para responder as questões 06 a 08

A nuvem

- Fico admirado como é que você, morando nesta cidade, consegue escrever uma semana inteira sem reclamar, sem protestar, sem espinafrar! E meu amigo falou da água, telefone, Light em geral, carne, batata, transporte, custo de vida, buracos na rua, etc. etc. etc. Meu amigo está, como dizem as pessoas exageradas, grávido de razões. Mas que posso fazer? Até que tenho reclamado muito isto e aquilo. Mas se eu for ficar rezingando todo dia, estou roubado: quem é que vai aguentar me ler? Acho que o leitor gosta de ver suas queixas no jornal, mas em termos.

Além disso, a verdade não está apenas nos buracos das ruas e outras mazelas. Não é verdade que as amendoeiras neste inverno deram um show luxuoso de folhas vermelhas voando no ar? E ficaria demasiado feio eu confessar que há uma jovem gostando de mim? Ah, bem sei que esses encantamentos de moça por um senhor maduro duram pouco. São caprichos de certa fase. Mas que importa? Esse carinho me faz bem; eu o recebo terna e gravemente; sem melancolia, porque sem ilusão. Ele se irá como veio, leve nuvem solta na brisa, que se tinge um instante de púrpura sobre as cinzas de meu crepúsculo.

E olhem só que tipo de frase estou escrevendo! Tome tenência, velho Braga. Deixe a nuvem, olhe para o chão - e seus tradicionais buracos.

(Rubem Braga, Ai de ti, Copacabana)

06. É correto afirmar que, a partir da crítica que o amigo lhe dirige, o narrador cronista:

a) sente-se obrigado a escrever sobre assuntos exigidos pelo público;
b) reflete sobre a oposição entre literatura e realidade;
c) reflete sobre diversos aspectos da realidade e sua representação na literatura;
d) defende a posição de que a literatura não deve ocupar-se com problemas sociais;
e) sente que deve mudar seus temas, pois sua escrita não está acompanhando os novos tempos.


07. Em "E olhem só que tipo de frase estou escrevendo! Tome tenência, velho Braga", o narrador:

a) chama a atenção dos leitores para a beleza do estilo que empregou;
b) revela ter consciência de que cometeu excessos com a linguagem metafórica;
c) exalta o estilo por ele conquistado e convida-se a reverenciá-lo;
d) percebe que, por estar velho, seu estilo também envelheceu;
e) dá-se conta de que sua linguagem não será entendida pelo leitor comum.


08. Com relação ao gênero do texto, é correto afirmar que a crônica:

a) parte do assunto cotidiano e acaba por criar reflexões mais amplas;
b) tem como função informar o leitor sobre os problemas cotidianos;
c) apresenta uma linguagem distante da coloquial, afastando o público leitor;
d) tem um modelo fixo, com um diálogo inicial seguido de argumentação objetiva;
e) consiste na apresentação de situações pouco realistas, em linguagem metafórica.

CRÔNICA


O que é uma Crônica?

O cotidiano é feito, em sua maior parte, de banalidades, mesquinharias e irritações, esteja você em Paris ou em Barbacena. Observá-las, chamar atenção para elas por meio de linguagem escrita, transformando-as em breves momentos poéticos, é tarefa que requer distanciamento, capacidade de abstração, certa maturidade vivencial — trabalho de cronista, enfim, que resulta, como definem os teóricos, entre o conto e a poesia. (Bernardo Ajzenberg)


1. A origem da crônica

Já nas mais antigas civilizações conhecidas (Egito, Suméria, Assíria) aparece uma curiosa figura: o escriba. Sua função? Escrever, é evidente. Escrever o que e para quem? Estava a serviço do rei, faraó, ou pessoa de grande destaque na hierarquia dirigente. Fazia o registro de operações de compra e venda, uma contabilidade rudimentar, preparava dados biográficos de nobres e aristocratas, mas, principalmente, acompanhava seus chefes nas campanhas guerreiras, fazendo relatos de cada etapa, vitória, derrota ou conquista. Tais registros seriam lidos, ao retorno das andanças bélicas, pelos sacerdotes, para encantamento da população que mandara seus filhos ao sacrifício pela glória do supremo dirigente.

O que se pode deduzir de tais registros é que não passavam de uma espécie de “diário de campanha”, cuja fidelidade aos fatos era bastante duvidosa, já que se destinavam a elogiar e enaltecer o chefe. Essa tendência de muitos escritores se mantém até os dias atuais, refletindo o que diz esta antiga máxima: “Aos reis, como às crianças, é preciso enganá-los, para seu próprio bem”. Sintomaticamente, José de Alencar colocou esse provérbio na introdução de seu livro Crônica dos Tempos Coloniais, debaixo de um subtítulo: Advertência.

Aí está, com todos os seus vícios de origem, a primeira manifestação de um gênero que, depois, derivou para a crônica, ou para o diário e até para a autobiografia.

O que mais se aproxima, hoje, da atividade dos antigos escribas é, certamente, o noticiarista, encarregado de relatar os fatos do dia-a-dia, para jornais, rádios e televisões, sem acrescentar-lhes comentários.

O cronista de si mesmo

Outro tipo de cronista é o que dispensa o escriba e passa a relatar seus próprios feitos gloriosos. Exemplo típico foi Júlio César que, no livro De Beilo Galico (sobre a Guerra nas Gálias), contou sua saga para a posteridade. Foi bastante imitado, tanto assim que relatos desse tipo, assinados por grandes personalidades históricas, como o marechal Montgomery, o general von Rommell e outros, são frequentes.

Se, por um lado, isso pode levar a distorções quanto à veracidade dos fatos, por outro, o receio de parecer ridículo, exagerado ou. até mentiroso deve ter contido, em muitos desses relatos autobiográficos, os impulsos de auto-exaltação. Pelo menos uma constatação tem sido feita: os historiadores não encontraram muitos fatos a contestar em tais crônicas de campanha.

O cronista a distância

O cronista pode também manter-se a distância dos fatos. É bem antiga essa forma de relatar. Já a encontramos em Homero que, com certeza, não esteve presente nos episódios que relatou. Mas sua forma de dizê-lo, embora em versos, é típica da crônica:

Fomos aí ter a magnífico porto, cercado ele todo de pedras íngremes, que nuas se erguem por ambos os lados.
Dois promontórios, em frente postados um ao outro, se encontram logo na entrada, salientes...

A linguagem é a mesma do cronista “testemunha ocular da História”, mas, evidentemente, muito de imaginação e de visão poética entrou na composição da Odisséia e da Ilíada.

Porém, um fato bem posterior e até recente comprova que, mesmo a distância, Homero procurava a fidelidade histórica. Tanto assim, que foi pela sua obra que se localizou o sítio onde outrora existiu a cidade de Tróia.

Cronista a distância também foi Fernão Lopes, o mais importante dos relatores portugueses da passagem da época medieval para a renascentista, pois ele escreveu e recompôs, com base em documentos pesquisados, a vida e os feitos de diversos reis de Portugal.

O fato de fazerem crônicas a distância aproxima-os muito do historiador, pois o fato histórico e sua análise se mantêm, perpetuando seus protagonistas.

É ainda José de Alencar quem nos conta como concebeu o livro Guerra dos Mascates:

Tornando ao gabinete, depois de uma manhã perdida, deu-me a curiosidade de examinar as antigualhas do embrulho (que lá fora deixado por um sacristão...) antes de mandá-las para o lixo. (...) Era o manuscrito de uma crônica inédita sobre a Guerra dos Mascates.

E assim nasceu o livro de Alencar, a partir de antigos alfarrábios deixados por algum cronista anônimo...

A crônica moderna

Na verdade, a crônica que chamaremos de moderna não é tão moderna e talvez não seja tão crônica...

Por exemplo: a carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal, relatando a descoberta do Brasil, não é uma carta. E uma crônica, no melhor dos estilos de “testemunha ocular da História”. Respeitou todas as técnicas da cronologia, com datas e até horários, descrevendo passo a passo os acontecimentos. Por outro lado, o autor faz comentários, aconselha, sugere, critica, tudo ao mesmo tempo.

Ora, essa miscelânea, quer de assuntos, quer de posições assumidas pelo cronista, é bem típica de uma vertente da crônica atual. Ela começa com pequenos tópicos, baseados em acontecimentos do dia e analisados ora jocosa, ora hurnoristicamente. Quase sempre mordaz, de vez em quando é poética, intimista, porque vai à intimidade do autor, geralmente personalidade famosa do mundo das letras, sobre quem o leitor quer sempre saber mais alguma coisa, de preferência íntima, particular, secreta. Um exemplo bem marcante é a crônica “Meu filho”, em que Vargas Llosa revela pormenores de sua vida familiar, de roldão com sua atividade mundana como integrante de júris cinematográficos.

Cronistas modernos

No Brasil, tal tipo de miscelânea teve grandes figuras: Viriato Correia, Humberto de Campos e seu Conselheiro XX, Álvaro Moreyra, João do Rio e, bem mais modernamente, Rubem Braga, Fernando Sabino, Rachei de Queiroz, Paulo Francis, Carlos Drummond de Andrade, Otto Lara Resende, Carlos Heitor Cony, João Ubaldo Ribeiro, Luís Fernando Veríssimo.

Mas há também tipos de crônica que se especializaram: a crônica política, como a que faz Carlos Heitor Cony e Alexandre Garcia; a esportiva, como a que fazia João Saldanha; a humorística, de Luís Fernando Veríssimo; a social, de Jacinto de Thormes; a gastronômica, de Sylvio Lancellotti; a econômica, de Joelmir Betting; e tantas outras.

A crônica, hoje, é abrangente, envolvente: abarca memória e profecia, presente e passado, literatura e polêmica, exaltação e condenação. Está livre dos senhores e mecenas, cada vez mais personalizada, refletindo muito mais o subjetivismo do autor do que o objetivismo dos fatos. E o cronista transforma-se em testemunha ocular de si mesmo.


2. Tipos de crônica

Como classificar uma modalidade tão maleável como a crônica? O que os textos geralmente têm em comum é a brevidade, a abordagem reflexiva e subjetiva do autor. Apenas a crônica narrativa pode não apresentar um posicionamento impressionista do narrador, atendo-se tão-somente aos fatos, à história criada.

Por isso, na classificação que ora apresentamos, as crônicas foram divididas considerando-se o procedimento textual predominante — o comentário, a narração, o lirismo e outros —, o que não elimina a mescla de procedimentos nem a impressão subjetiva exteriorizada pelo autor.


3. Crônica descritiva

Quando uma crônica explora a caracterização de seres animados e inanimados num espaço, viva como uma pintura, precisa como uma fotografia ou dinâmica como um filme, temos uma crônica descritiva. A captação impressionista, particularizada e conotativa dos elementos define a descrição subjetiva; a captação referencial, impessoal e denotativa define a descrição objetiva. O descritivismo é sempre veículo para reflexões numa crônica centrada na descrição.

O mato

Veio o vento frio, e depois o temporal noturno, e depois da lenta chuva que passou toda a manhã caindo e ainda voltou algumas vezes durante o dia, a cidade entardeceu em brumas. Então o homem esqueceu o trabalho e as promissórias, esqueceu a condução e o telefone e o asfalto, e saiu andando lentamente por aquele morro coberto de um mato viçoso, perto de sua casa. O capim cheio de água molhava seu sapato e as pernas da calça; o mato escurecia sem vagalumes nem grilos.
Pôs a mão no tronco de uma árvore pequena, sacudiu um pouco, e recebeu nos cabelos e na cara as gotas de água como se fosse uma bênção. Ali perto mesmo a cidade murmurava, estalava com seus ruídos vespertinos, ranger de bondes, buzinar impaciente de carros, vozes indistintas; mas ele via apenas algumas árvores, um canto de mato, uma pedra escura. Ali perto, dentro de uma casa fechada, um telefone batia, silenciava, batia outra vez, interminável, paciente, melancólico. Alguém com certeza já sem esperança, insistia em querer falar com alguém.
Por um instante, o homem voltou seu pensamento para a cidade e sua vida. Aquele telefone tocando em vão era um dos milhões de atos falhados da vida urbana. Pensou no desgaste nervoso dessa vida, nos desencontros, nas incertezas, no jogo de ambições e vaidades, na procura de amor e de importância, na caça ao dinheiro e aos prazeres. Ainda bem que de todas as grandes cidades do mundo o Rio é a única a permitir a evasão fácil para o mar e a floresta. Ele estava ali num desses limites entre a cidade dos homens e a natureza pura; ainda pensava em seus problemas urbanos — mas um camaleão correu de súbito, um passarinho piou triste em algum ramo, e o homem ficou atento àquela humilde vida animal e também à vida silenciosa e úmida das árvores, e à pedra escura, com sua pele de musgo e seu misterioso coração mineral.
E pouco a pouco ele foi sentindo uma paz naquele começo de escuridão, sentiu vontade de deitar e dormir entre a erva úmida, de se tornar um confuso ser vegetal, num grande sossego, farto de terra e de água; ficaria verde, emitiria raízes e folhas, seu tronco seria um tronco escuro, grosso, seus ramos formariam copa densa, e ele seria, sem angústia nem amo,; sem desejo nem tristeza, fone, quieto, imóvel, feliz.

(Rubem Braga)

Essa crônica descritiva constrói-se através da caracterização de seres e objetos, num cenário que vai da cidade à natureza. O texto apresenta o efeito estético do universo urbano definido sobretudo pela enumeração da cidade, com o recurso de assíndetos e polissíndetos reproduzindo os ritmos da cidade grande e da natureza. A linguagem do autor é impressionista: sua visão subjetiva dos elementos marca-se por inesperadas sinestesias (“telefone impaciente e melancólico”, “vida silenciosa e úmida das árvores”, “pedra escura com seu misterioso coração animal”).


4. Crônica narrativa

Menor que um conto e maior que uma piada, a crônica narrativa conta um episódio cativante cuja trama é leve e digestiva, envolvendo muita ação, poucas personagens e uma conclusão inusitada. O humor anedótico ou a crítica mordaz são os traços mais comuns da crônica narrativa. Geralmente, não há intromissão do narrador (digressões, comentários, apontamentos dissertativos).

Choro, veia e cachaça

Enterro de pobre sempre tem cachaça. É para ajudar a velar pelo falecido. Sabem como é; pobre só tem amigo pobre e, portanto, é preciso haver um incentivo qualquer para a turma subnutrida poder aguentar a noite inteira com o ar compungido que o extinto merece.
Enfim, a cachacinha é inevitável, seja numa favela carioca, seja num bairro pobre da cidade do interior; Foi o que aconteceu agora em Ubá (MG), terra do grande Ari Barroso.
Morreu lá um tal de 56 Nicolino, numa indigência que eu vou te
contar; Segundo telegrama vindo de Ubá, alguns amigos de 58
Nicolino compraram um caixão e algumas garrafas de cangibrina,
levando tudo para o velório. Passaram a noite velando o morto e
entornando a cachaça. De manhã, na hora do enterro, fecharam o
caixão e foram para o cemitério, num cortejo meio ziguezagueando e
num compasso mais de rancho que de féretro. Mas — bem ou mal — lá chegaram, lá abri rata a cova e lá enterraram o caixão.
Depois voltaram até a casa do mono, na esperança de ter sobrado alguma cachacinha no fundo da garrafa. Levaram, então, a maior espinafração da vizinha do pranteado 56 Nicolino. E que os bêbados fecharam o caixão, foram lá enterra,; mas esqueceram o falecido em cima da mesa.

(Stanislaw Ponte Preta)

A crônica de Stanislaw Ponte Preta é narrativa, pois conta uma breve história em tom humorístico, numa linguagem cotidiana, coloquial e intimista, com sabor tipicamente brasileiro.


5. Crônica narrativo-descritiva

Quando um texto alterna momentos narrativos com flagrantes descritivos, temos uma abordagem narrativo- descritiva. Dessa forma, as ações detêm-se para que o leitor visualize, mentalmente, as imagens que a sensibilidade do autor registra com palavras. O que se observa no texto assim qualificado é a predominância da sucessão de ações sobre as inserções descritivas.

Observe essas características na brevidade da crônica abaixo.

Brinquedos

Ora, uma noite, correu a notícia de que o bazar se incendiara. E foi uma espécie de festa fantástica. O fogo ia muito alto, o céu ficava todo rubro, voavam chispas e labaredas pelo bairro todo. As crianças queriam ver o incêndio de perto, não se contentavam com portas e janelas, fugiam para a rua, onde brilhavam bombeiros entre jorros d’água. A eles não interessava nada, peças de pano, cetins, cretones, cobertores, que os adultos lamentavam. Sofriam pelos cavalinhos e bonecas, os trens e os palhaços, fechados, sufocados em suas grandes caixas.
Brinquedos que jamais teriam possuído, sonho apenas da infância, amor platônico.
O incêndio, porém, levou tudo. O bazar ficou sendo um famoso galpão de cinzas.
Felizmente, ninguém tinha morrido — diziam em redor. Como não tinha morrido ninguém? —pensavam as crianças. Tinha morrido um mundo, e, dentro dele, os olhos amorosos das crianças, ali deixados.
E começávamos a pressentir que viriam outros incêndios. Em outras idades. De outros brinquedos. Até que um dia também desaparecêssemos, sem socorro, nós, brinquedos que somos, talvez, de anjos distantes!

(Cecília Meireles)

Nessa crônica de Cecília Meireles, alternam-se a narração — “Ora, uma noite correu a notícia de que o bazar se incendiara” —, a descrição — “O fogo ia muito alto, o céu ficava todo rubro, voavam chispas e labaredas (...)“

— e a reflexão — “Até que um dia desaparecêssemos, sem socorro, nós, brinquedos que somos (...)“. O desenvolvimento narrativo-descritivo configura-se, pois, como um veículo para a reflexão. Submetido à linguagem poética, nesse hibridismo textual, o patético torna-se lírico.

Nudez

A filha tentava convencer a mãe a ir à praia e a velha resistia:
estava muito idosa e gorda para vestir maiô.
— Mas, mamãe, eu já vi de maiô, na praia, muitas senhoras mais velhas e mais gordas do que você!
E a velha suavemente:
— Eu também já vi. Por isso é que não vou.
Para mim, o critério dessa velha é o critério certo em matéria de nudez, O que é feio se esconde. Um moço, uma moça, no esplendor da juventude, seus belos corpos podem se mostrar praticamente desnudos, de biquíni, de sunga, de cavado: assim tão enxutos, rijos, tostados, chegam a ser castos. Predomina a impressão de beleza e saúde sobre a sugestão erótica. E, depois, sabe-se que aquela floração é tão transitória! Deixem que os jovens fruam o instante passageiro, que usem e mostrem os corpos na sua hora de flor antes que chegue a hora da semente e do declínio.
Afirmam os nudistas, com perfeita lógica, que, todo o mundo andando nu, a nudez acostuma e deixa de escandalizar: sim, acredito que num campo de nudistas se acabe vivendo com a mesma naturalidade que numa sala de famz7ia. Aliás, quem convive com índios sabe disso: o hábito torna a nudez invisível O que eu tenho contra os nudistas é a exibição obrigatória da feiúra humana, o seu despojamento total, a miséria fisiológica sem um véu que a disfarce. O ridículo, a falta de dignidade de todo o mundo nu.
Certa amiga minha, que, numa praia da Noruega, de repente se viu dentro de um grande bando de gente nua, diz que o seu choque primeiro não foi o da vergonha, foi o do grotesco. As pelancas, os babados, os rins flácidos, os joelhos grossos. A velhota magra com seus ossinhos de frango assado, a quarentona de busto murchinho, o senhor ruivo de barriga redonda, braços e canelas tão finos e peludos que, se tivesse mais duas pernas, seria igual a uma aranha. A matrona obesa e o seu esposo idem e o par de jovens rechonchudos, de mãos dadas como dois porquinhos enamorados. A seca donzela machona de coxas de cavalete, e a falsa Vênus de cintura grossa, com o falso atleta de torso enorme e pernas curtas. Da tribo toda, praticamente só se salvaram os adolescentes e as crianças.
A humanidade nua é feia, não há dúvida. E por isso mesmo a gente se oculta debaixo da roupa. Talvez mais do que para o defender do frio, a roupa se inventou para encobrir o corpo e lhe dar dignidade. O que é bonito se mostra, o que é feio se esconde, é a lei de todas as culturas humanas. Nada mais triste do que a deterioração do que foi belo. Ninguém usa no dedo um anel sem a pedra, ninguém bota na sala um ramo de flores murchas.

(Rachel de Queiroz)

Alternam-se nessa crônica diferentes processos textuais: a narração (com o recurso do discurso direto), a reflexão (através de digressões que formam um comentário sobre o assunto) e- a descrição (uma captação fotográfica da situação exposta). Enquanto a subjetividade opinativa assinala os comentários reflexivos, o humor pleno de sinestesias marca a irreverência descritiva.


6. Crônica lírica

Quando a nostalgia, a saudade e a emoção predominam, tentando traduzir poeticamente a linguagem dos sentimentos, a crônica é lírica.

Apelo

Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite pela primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada.
Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença a todas as aflições do dia, como a última luz na varanda.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? As suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor

(Dalton Trevisan)

No contexto da crônica, a ausente figura feminina presentifica-se por meio do impressionismo do autor. No lirismo nostálgico, está o predomínio das funções poética e emotiva da linguagem. A função conativa (o vocativo “Senhora”) reitera o título “Apelo”, sugere o destinatário, mas não o identifica, O texto ganha expressividade nessa indefinida mulher: o leitor é instado a supor a identidade da senhora ausente com a mesma intensidade com que supõe o motivo da ausência, e, dessa forma, identifica-se com as emoções do narrador.


7. Crônica reflexiva

Se a interioridade do autor projeta-se sobre a realidade que o cerca, interpretando-a e registrando-a através de conjecturas, inferências e associações de idéias, temos a crônica reflexiva.

Vitória nossa

O que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia?
Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende porque não queremos ser tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos, nem aos outros. Não temos nenhuma alegria que tenha sido catalogada. Temos construído catedrais e ficado do lado de fora, pois as catedrais que nós mesmos construímos tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e talvez sem consolo. Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro que por amor diga: teu medo. Temos organizado associações de pavor sorridente, onde se serve a bebida com soda. Temos procurado salvar-nos, mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de amor e de ódio. Temos mantido em segredo a nossa morte. Temos feito arte por não sabermos como é a outra coisa. Temos disfarçado com amor nossa indiferença, disfarçado nossa indjferença com a angústia, disfarçando com o pequeno medo o grande medo maior. Não temos adorado, por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer “pelo menos não fiui tolo”, e assim não chorarmos antes de apagar a luz. Temos tido a certeza de que eu também e vocês todos também, e por isso todos sem saber se amam. Temos sorrido em público do que não sorrimos quando ficamos sozinhos. Temas chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso temos considerado a vitória nossa de cada dia...

(Clarice Lispector)

Introspecção, reflexão e subjetividade são as marcas discursivas de dance Lispector. Seu texto é uma revelação dos questionamentos, anseios e comedimentos do homem. Sua linguagem rastreia as regiões abissais do inconsciente, onde estão os arquétipos do comportamento humano, as fobias e desejos, trazidos à tona por uma visão metafórica que traduz estados de alma.


8. Crônica metalinguística

Na crônica metalinguística, o autor volta-se para o ato de escrever, sob a forma de uma reflexão despretensiosa, de uma retrospectiva das primeiras experiências com as letras, de uma análise da palavra.

Crônica tem esta vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata de editorialista, forçado a definir uma posição correta diante dos grandes problemas; não exige de quem afaz o nervosismo saltitante do repórter, responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização suada em economia, finanças, política nacional e internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo, o religioso, o econômico etc., mas a crônica de que estou falando é aquela que não precisa entender de nada ao falar de tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou o comentário precisos que cobramos dos outros, O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial, e desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadia ção de espírito. Claro que ele deve ser um cara confidvei, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais do que isto seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo.
(Car)os Drummond de Andrade)

Nesse texto, identificamos a função metalingüística na interpretação do autor sobre o conceito de crônica e sobre os alcances da imaginação de um cronista ao cercar-se de episódios prosaicos. A fluidez de sua
linguagem leva a uma precisa definição de crônica, resultando num texto leve e cativante, típico de uma crônica sem pretensões jornalísticas ou literárias.


9. Crônica-comentário

Cercando-se de impressões críticas, com ironia, sarcasmo ou humor, a crônica-comentário resulta num texto cujo ponto forte são as interpretações do autor sobre um determinado assunto, numa visão quase jornalística.

De como não ler um poema

Há tempos me perguntaram umas menininhas, numa dessas pesquisas, quantos diminutivos eu empregara no meu livro A rua dos Cataventos. Espantadíssimo, disse-lhes que não sabia. Nem tentaria saber, porque poderiam escapar-me alguns na contagem. Que essas estatísticas, aliás, só poderiam ser feitas eficientemente com o auxilio de robôs1. Não sei se as menenininhas sabiam ao certo o que era um robô. Mas a professora delas, que mandara fazer as perguntas, devia ser um deles.
E mal sabia eu, então, que estava dando um testemunho sobre o estruturalismo o qual só depois vim a conhecer pelos seus produtos em jornais e revistas. Mas continuo achando que um poema (um verdadeiro poema, quero dizer), sendo algo dramaticamente emocional não deveria ser entregue à consideração de robôs, que, como todos sabem, são inumanos1. Um robô, quando muito, poderá fazer uma meticulosa autópsia — caso fosse possível autopsiar uma coisa tão viva como é a poesia.
Em todo caso, os estruturalistas não deixam de ter o seu quê de humano.. -
Nas suas pacientes, afanosas, exaustivas furungaçôes, são exatamente como certas crianças que acabam estripando um boneco para ver onde está a musiquinha.

(Mário Quintana)

O sarcasmo e a ironia revestem o texto de Mário Quintana. A opinião sarcástica fica por conta das apreciações irreverentes e irônicas e até pelo uso pejorativo do diminutivo “menininhas”. A visão crítica do poeta estende-se a considerações igualmente ferinas sobre as propostas estruturalistas.


Conversa de botequim ( Leitura e Interpretação) 9º ano


Conversa de botequim

Vadico e Noel Rosa





Seu garçom faça o favor

De me trazer depressa

Uma boa média que não seja requentada,

Um pão bem quente com manteiga à beça,

Um guardanapo

E um copo d`água bem gelada

Fecha a porta da direita

Com muito cuidado

Que eu não estou disposto

A ficar exposto ao sol

Vá perguntar ao seu freguês do lado

Qual foi o resultado do futebol





Se você ficar limpando a mesa,

Não me levanto nem pago a despesa

Vá pedir ao seu patrão

Uma caneta, um tinteiro,

Um envelope e um cartão

Não se esqueça de me dar palitos

E um cigarro pra espantar mosquitos

Vá dizer ao charuteiro

Que me empreste umas revistas

Um isqueiro e um cinzeiro





Telefone ao menos uma vez

Para 34-4333

E ordene ao seu Osório

Que me mande um guarda-chuva

Aqui pro nosso escritório

Seu garçom me empreste algum dinheiro

Que eu deixei o meu com o bicheiro,

Vá dizer ao seu gerente

Que pendure essa despesa

No cabide ali em frente























1)     Logo no primeiro verso, por meio do uso de um vocativo, fica claro quem fala e quem escuta nessa “conversa”.

a)     A quem a personagem que fala na canção se dirige?

b)     Quem é a personagem que fala?





2)     Observe como o tamanho dos versos desta canção varia muito. Pensando também no título, como você explicaria esse fato?





3)     No entanto, para realizar-se como canção, a letra e a melodia devem manter ainda alguma regularidade. Assinale as rimas da canção.





4)     Em que modo estão os verbos usados pela personagem para se dirigir ao garçom? Por quê?





5)     Na primeira estrofe, o “cliente” faz ao garçom uma série de pedidos.

a)     O que ele pede?

b)     Esses pedidos são adequados à situação?





6)     Na segunda estrofe outros pedidos são feitos.

a)     Quais são eles?

b)     Esses pedidos são adequados à situação?





7)     Na última estrofe, o “cliente” parece passar dos limites.

a)     O que ele pede ao garçom?

b)     Explique por que esses pedidos excedem o que se espera que um cliente peça a um garçom.

c)     Como o botequim é chamado pelo cliente?

d)     O que esse cliente vai fazer no botequim?





8)     Por ser o fragmento de um diálogo, “Conversa de botequim” reforça a coloquialidade própria do gênero canção. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.


História em quadrinhos 8º e/ ou 9º ano



Uma personagem de HQ costuma ter características marcantes. Descreva em seu caderno:
a) Como é Filipe fisicamente?

b) Quais são as características da personagem de Filipe?

c) O humor das tiras é derivado das características físicas ou psicológicas de Filipe?



2) Você se identifica de alguma forma com Filipe? Em que você acha que é semelhante a ele? Em que você é diferente?



3) As tiras a, b e c apresentam uma característica típica do humor que é a “reversão das expectativas”, ou seja, elas apresentam no último quadrinho uma situação que contradiz toda a sequência anterior. Copie as orações abaixo e complete-as, explicando com suas palavras o que ocorre no último quadrinho de cada tira.

a) Na tira a, Filipe precisa tomar uma atitude e fazer os deveres, mas...

b) Na tira b, Filipe acorda, vai para a escola, vê que ela está sendo demolida, mas...

c) Na tira c, Filipe se esforça para prestar atenção à aula, mas...



4) Os balões das HQs misturam linguagem verbal e não verbal, trazendo-nos informações importantes.

a) Quais tiram contêm balões de pensamento?

b) Na tira b, o que você acha que Filipe estaria murmurando no primeiro quadro?

c) No terceiro quadro da tira b, o autor usa dois pontos de exclamação no final das frases. Por quê?

d) Na tira b há um balão cujo rabicho sai do quadrinho. Quem está falando?

e) No último quadro da tira c, múltiplos rabichos saem do balão. O que isso significa?



5) Que tipo de revista Filipe está lendo na tira d?

6) No quinto quadro da tira d, o texto o balão lido por Filipe torna-se incompreensível.

a) Na sua opinião, por que isso acontece?

b) Por que o autor desenhou um coração nesse quadro?



7) Que recursos visuais o autor usa para representar a vergonha de Filipe na tira d?



8) Às vezes mais de uma ação podem estar representadas em um único quadrinho. Relate qual a sequência de ações de Filipe no único quadro da tira e.


Oliveira, Gabriela Rodella de. Portugês: a arte da palavra, 6º ano. 1.ed. São Pulo: Editora AJS Ltda,2009

Diálogo "Papo maluco"

Papo maluco

O sujeito entra num bar, senta-se à mesa e logo um garçom aparece.

— Boa noite, o que o senhor toma?

— Tomo vitamina C pela manhã, o ônibus para ir ao serviço e uma aspirina quando tenho dor de cabeça.

— Desculpe, mas acho que não fui claro. Eu quis dizer do que é que o senhor gostaria?

— Ah! Tudo bem! Gostaria de ter um Ferrari, de casar com a Gisele Bündchen e mandar a minha sogra para o inferno.

— Não é nada disso, meu senhor! — Continua o garçom, ainda calmo. — Eu só gostaria de saber o que o senhor deseja de beber.

— Ah! É isso? Bem... o que é que você tem?

E o garçom:

— Eu? Nada, não! Só tô um pouco chateado porque o meu time perdeu pro São Caetano.



Norma Ferreira da Silva (por e-mail) Uberlândia – MG Almanaque Drogasil, ano 1, nº 1, maio de 2004, p.22.



6- Por que o texto recebeu o título Papo maluco?

7- Como o garçom poderia ter abordado o freguês para ser entendido logo na primeira fala?

8- E a fala do freguês, como poderia ter sido mais clara?

9- Na segunda fala do freguês, que expressão nos leva a pensar que ele passou a entender o garçom?

10- Como o garçom age em relação ao freguês? Por quê?

Atividades de Interpretação de texto ( diálogo)



Nesse texto, além das palavras, que outro recurso foi usado para expressar idéias?
2- Quem fala ou faz alguma coisa é personagem da história. Quando os personagens conversam, temos um diálogo.

a) Quais são as personagens do texto? Há diálogo entre eles?

b) A fala da mãe está claramente expressa? Justifique.

3- A história apresenta cinco quadrinhos. O que a mãe teria dito à filha no quadro 2?

4- Observe o desenho do quadro 3 e conte o que a moça está sentindo enquanto a mãe faz tantas perguntas.

5- Pelo tamanho das figuras no último quadro, responda:

a) A mãe continua mandando na filha?

b) A mãe preocupa-se demais em proteger a filha? Como você sabe disso?

EXERCÍCIO DE CAÇA AO ERRO


EXERCÍCIO DE CAÇA AO ERRO

1 – Sublinha as palavras que tiverem erros de ortografia e/ou acentuação e corrige-as

O tempo estaba muito agradábel. O céu era asul, o sol brilhava, só fazia ainda algum frio. Todos os dias saíam, á descuberta daquele parque natural que o pai lhes disse chamarse da Peneda----Gerês, o que deichava o Tó espantado era todo aquele espaso à sua volta, as montanhas cubertas, em parte, de algo que paressia rocha.

- Sabes, Tó, nós vemos estes penedos como á séculos e séculos os nossos antepasados as virão. Ninguém os destruio. E o pai abrio os brassos como que a abarcar toda aquela bastidão.

- Então, aqui nada foi destruído pelo Homem? – perguntou o Tó, lenbrando-se de algumas coizas que aprendera na escola.

- Infelismente foi. Já ouve incêndios, á aves em risco de desaparecer por causa da cassa e até á anos, antes de tu nasceres, para se construir uma barrajem, uma aldeia inteira, muito antiga, foi coberta pela água do riu. Chamavase Vilarinho das Furnas.

- E o que aconteceu às pessoas?

- Tiverão de ir viver pra outra terra. Ouve grandes descuções, mas considerou-se que era mais inportante construir a barrajem...

E assim eles iam aprendendo com o pai uma purção de coisas. Ela contabalhes que era presiso proteger a natureza, porque tudo quanto hesistia tinha a sua utilidade e não devia ser destruído ou sequer danificado: animais, vejetais e minerais estavão ligados, entreajudavão-se e protegião-se uns aos outros. Como se fossem argolas de uma grande corrente. Mesmo cuando paressiam perjudiciais, como certos insetos e certos répteis, tinham uma função a cumprir.

- É como se formassem um puzzle – esplicara-lhes o pai – em que todas as pessas se ajustam.

- Se quizermos que a terra continue a viver, e nós com ela, temos que consservar o que ainda está bom e tratar o que está doente.

(Manuela Alves, Férias Ecológicas)

VERBOS I


Classificação dos verbos

Verbo é a palavra que exprime um fato (geralmente uma ação, estado ou fenômeno da natureza) e localiza-o no tempo, usados também para ligar o sujeito ao predicado. Mas o verbo é identificado principalmente por ser a classe de palavras que mais admitem flexões (em número, pessoa, modo, tempo e voz), dependendo do idioma. Podem ser divididos das seguintes formas:

Quanto à semântica

·         Verbos transitivos: Designam ações voluntárias, causadas por um ou mais indivíduos, e que afetam outro(s) indivíduo(s) ou alguma coisa, exigindo um ou mais objetos na ação.Podendo ser transitivo direto, quando não exigir preposição depois do verbo, ou transitivo indireto, quando exigir preposição depois do verbo. Ou ainda transitivo direto e indireto.

·         Verbos intransitivos: Designam ações que não afetam outros indivíduos. Exemplos: andar, existir, nadar, voar etc.

·         Verbos impessoais: São verbos que designam ações involuntárias. Geralmente (mas nem sempre) designam fenômenos da natureza e, portanto, não têm sujeito nem objeto na oração. Exemplos: chover, anoitecer, nevar, haver (no sentido de existência) etc.

·         Verbos de ligação: São os verbos que não designam ações; apenas servem para ligar o sujeito ao predicativo.

Exemplos: ser, estar, parecer, permanecer, continuar, andar, tornar-se, ficar, viver, virar etc...

Quanto à conjugação

·         Verbos da primeira conjugação: São os verbos terminados em ar: molhar, cortar, relatar, etc.

·         Verbos da segunda conjugação: São os verbos terminados em er: receber, conter, poder,etc. O verbo anômalo pôr (único com o tema em o), com seus compostos (compor, depor, supor, transpor, antepor, etc.), também é considerado da segunda conjugação devido à sua conjugação já antes realizada (Ex: fizeste, puseste), decorrente de sua forma do português arcaico poer, vinda do latim ponere.

·         Verbos da terceira conjugação: são os verbos terminados em ir: sorrir, fugir, iludir, cair, abrir, etc.

Quanto à morfologia

·         Verbos regulares: Flexiona sempre de acordo com os paradigmas da conjugação a que pertencem. Exemplos: amar, vender, partir, etc.

·         Verbos irregulares: Sofrem modificações em relação aos paradigmas da conjugação a que pertencem, tendo modificações no radical e nas terminações. Exemplos: resfolegar, caber, medir ("eu resfolgo", "eu caibo", "eu meço", e não "eu resfolego", "eu cabo", "eu medo").

*Verbos anômalos: Entre os irregulares se destacam os anômalos. São verbos que não seguem os paradigmas da conjugação a que pertence, sendo que muitas vezes o radical é diferente em cada conjugação. Exemplos: ir, ser, ter. O verbo "pôr" pertence à segunda conjugação e é anômalo a começar do próprio infinitivo.

*Verbos defectivos: Verbos que não têm uma ou mais formas conjugadas. Exemplo: precaver - não existe a forma "precavenha".

*Verbos abundantes: Verbos que apresentam mais de uma forma de conjugação. Exemplos: encher - enchido, cheio; fixar - fixado, fixo.

Flexão

Os verbos têm as seguintes categorias de flexão:

·         Número: singular e plural.

·         Pessoa: primeira (transmissor), segunda (receptor), terceira (mensagem).

·         Modo: indicativo,subjuntivo e imperativo, alem das formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio).

·         Tempo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.

·         Voz: ativa, passiva (analítica ou sintética), reflexiva.

Ativa: O sujeito da oração é que faz a ação. Ele sempre fica na frente da frase.

Ex : Os alunos resolveram todas questões.

Passiva : O sujeito recebe a ação.Ele sempre fica no final da frase.

Ex : Todas questões foram resolvidas pelos alunos.

Reflexiva : O sujeito faz e também recebe a ação.

Ex: Ana se cortou e se machucou.

Formas nominais

  • O infinitivo: São terminados em r. Ex.: Amar, Comer, Latir.
  • O particípio: São terminados em ado, ada, ido ou ida. Ex.: Amado, Amada, Comido, Comida, Latido, Latida.
  • O gerúndio: São terminados em ndo. Ex.: Amando, Comendo, Latindo.